Quem disse
que o tempo não volta?
Mas...
Porém, antes de atravessar a rua, é preciso olhar para o farol. E, nessa hora, de longe alguem grita: “AH! SABIA QUE UM DIA EU IA TE ENCONTRAR!”
(Diário de
um dia planejado - por horas).
Às sete e
meia você acorda.
Às oito,
toma banho.
Às nove vai
tomar café.
Às 10, tem
médico (marcado há dias)
Às doze, o
almoço.
Das doze e
trinta às treze, uma caminhada para aliviar o corpo porque às catorze já tem um compromisso assumido.
À tarde vai chegar
em casa, tomar aquele café, deitar um pouco para dormir, ou ver TV, ou entrar
na internet, quem sabe? Depois de
mais ou menos uma hora, pretende tomar banho e comer algo.
À noite, tem
novela, internet (talvez), filme e cama.
E lá se foi
mais um dia.
Ré-(tomando
– tornando – lembrando).
Seu dia (re)
planejado – por horas.
Às sete e meia,
acorda.
Às oito,
toma banho.
Às nove,
toma café.
Às nove e quinze o telefone toca e você atende.
Do
outro lado da linha uma voz (de alguém que você ama) pergunta: está em casa? Surpresa,
você responde: sim e você, onde está? Então a pessoa diz: eu estou aqui fora, no
portão da sua casa. E sem acreditar, você pergunta: aqui????????????????????????
E, corre feliz da vida para abrir a porta. Abraços, beijos e outro café. Então a pessoa te vê toda arrumadinha e pergunta: vai sair? Você responde, vou. Tenho uma consulta marcada. Aí ela diz com voz doce: vou te levar. Você não quer atrapalhar a vida daquela pessoa e imediatamente responde: não precisa. Mas a pessoa insiste e você está tão feliz por vê-la inesperadamente, que aceita. No caminho ela pergunta: onde é a consulta, mas você não quer tirá-la da rotina porque sabe que é uma pessoa ocupadíssima e diz: pode me deixar em qualquer lugar, tenho tempo para chegar, não se preocupe; siga seu caminho independente de mim. Ela podia ter te deixado em qualquer lugar, mas te deixa num determinado ponto, próximo ao consultório. Você só precisa atravessar a rua.
E, corre feliz da vida para abrir a porta. Abraços, beijos e outro café. Então a pessoa te vê toda arrumadinha e pergunta: vai sair? Você responde, vou. Tenho uma consulta marcada. Aí ela diz com voz doce: vou te levar. Você não quer atrapalhar a vida daquela pessoa e imediatamente responde: não precisa. Mas a pessoa insiste e você está tão feliz por vê-la inesperadamente, que aceita. No caminho ela pergunta: onde é a consulta, mas você não quer tirá-la da rotina porque sabe que é uma pessoa ocupadíssima e diz: pode me deixar em qualquer lugar, tenho tempo para chegar, não se preocupe; siga seu caminho independente de mim. Ela podia ter te deixado em qualquer lugar, mas te deixa num determinado ponto, próximo ao consultório. Você só precisa atravessar a rua.
Porém, antes de atravessar a rua, é preciso olhar para o farol. E, nessa hora, de longe alguem grita: “AH! SABIA QUE UM DIA EU IA TE ENCONTRAR!”
Você olha para frente e tem outra
surpresa. Alguém que você sabe que conhece, mas não se lembra de onde e nem
quem é, está à sua frente... A pessoa te olha com tamanha satisfação que seu arquivo da memória se
abre de imediato. E mais uma história se (re)desenha em mais abraços de pura felicidade.
E você (re) vive um tempo que havia passado:
O tempo que você podia ver seu filho pela manhã.
O tempo que você tinha certeza que tudo ia dar certo porque vocês estavam juntos.
O tempo que você era abraçada e beijada sem esperar.
O tempo que um amigo já esquecido, perdido (no tempo), te encontra repentinamente e te diz que ainda esperava por você...
O tempo que você tinha certeza que tudo ia dar certo porque vocês estavam juntos.
O tempo que você era abraçada e beijada sem esperar.
O tempo que um amigo já esquecido, perdido (no tempo), te encontra repentinamente e te diz que ainda esperava por você...
As horas que se seguem acontecem no mesmo percurso, mas não mais do mesmo jeito que foram planejadas. Depois de receber dois
presentes num dia só, eu não era mais a mesma de antes... E nem podia!
Malva Maria
Malva Maria